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ANÁLISE DA
PASSAGEM
Contexto
Contexto
Histórico
Contexto
Literário
Texto
Variantes
Palavras
ou expressões chaves
Pontos
chaves de gramática
Passagens Relevantes
Passagens
Paralelas
Passagens
Relevantes
Esboço
INTERPRETAÇÃO
Comentários
Consultados
Material
Adicional
Introdução
v.
18a “não vos embriagueis com vinho,
v.
18b “no qual há dissolução,
v.
18c “mas enchei-vos do Espírito,
CONCLUSÃO
IMPLICAÇÕES
APPLICAÇÃO
ILLUSTRAÇÕES
INTRODUÇÃO
A
Passagem Efésios
5:18
Grego
Kai\
mh\ mequ/skesqe oi)/no,
kai
me methuskesthe oino,
e
não (vos) embriagueis vinho
e)n
w(| e)stin a)sotia, a)lla\ plerou=sthe e)n pneu/mati
en ho estin
asotia, alla plerousthe en
pneumati
no qual há
dissolução, mas (sejais) cheio no Espírito
Português
ARA
“E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”
NVI
“Não se embriaguem com vinho, que
leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito,”
BJ
“E não vos embriagueis com vinho, que
é uma porta para a devassidão, mas buscai a plenitude do Espírito.”
VFL
“E não continuem a se
embriagar com vinho, pois isso vai levá-los à ruína espiritual, mas encham-se
com o Espírito.”
Observações
Preliminares
A proibição de Paulo parece estar
contra a embriaguez. Ele está tentando mostrar aos Cristãos em Éfeso quem
deve estar em controle das suas vidas desde que entraram em Cristo.
Não parece à primeira vista que Paulo
esteja proibindo os irmãos de beberem vinho em si, embora a abstinência seja
uma boa disciplina contra a possibilidade da embriaguez. Parece que a condenação
é mais em relação à própria embriaguez.
Dúvidas e Perguntas
Interpretação
O que é que
Paulo está condenado aqui?
Esta condenação
continua para Cristãos hoje?
Há implicações
em relação a outras substâncias nesta condenação?
Paulo está
condenando a embriaguez, ou o uso de qualquer substância que, se usado em
excesso poderia levar à embriaguez?
Qualquer
coisa que pudesse levar à dissolução seria condenado baseado nesta passagem?
Havia algum
problema com embriaguez na igreja em Éfeso, ou Paulo está apenas usando a
embriaguez como exemplo para fazer contraste com o enchimento do Espírito?
Aplicação
O que é
condenado nesta passagem é o beber de vinho e/ou outras bebidas, ou o ficar
embriagado?
Cristão
pode beber vinho ou cerveja?
Cristão
pode beber bebidas mais fortes, como vodka, ou cachaça?
Vinho pode
ser usado na ceia do Senhor?
Há outras
coisas que esta passagem indica como também condenados, como jogos de vídeo
game ou comer em excesso?
Qualquer
coisa em excesso pode ser condenado com base nesta passagem?
ANÁLISE DA
PASSAGEM
Contexto
Contexto
Histórico
Paulo passou
entre 2-3 anos em Éfeso (Atos 19:1-10). Ele provavelmente escreveu de Roma
entre 62 e 64 para a igreja em Éfeso. Diferente de cartas como Gálatas ou
Colossenses, a carta à igreja em Éfeso teve um objetivo bem mais serene e
positivo. Um comentarista observou a atitude de Paulo ao escrever a carta “uma
composição suprema, sem controvérsia, positiva, fundamentada na grande
doutrina da vida dele, - aquela doutrina na qual ele havia avançado ano após
ano sob a disciplina das sua circunstâncias especiais, - a doutrina da unidade
da humanidade em Cristo e o propósito de Deus para o mundo através da
Igreja.”
Contexto
Literário
Paulo está
falando no contexto imediato de 4:17-5:20 do contraste entre a vida anterior,
antes de Cristo, e a nova vida nEle. Os desejos do velho homem é que corrompem
o Cristão, e entre estes são o desejo de se embriagar. “Quanto à antiga
maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se
corrompe por desejos enganosos,” Efé 4:22 NVI
A partir de
4:25 Paulo começa a usar uma série de imperativos para descrever como o Cristão
deve viver: 4:25 “Por isso, deixando a mentira, fale (imperativo)
cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos
(imperativo) e não pequeis (imperativo); não se ponha
o sol (imperativo) sobre a vossa ira,”... O ponto do autor parece
ser de fazer um contraste com a vida antes e depois de Cristo. É possível que
havia problemas com todas as questões citadas por Paulo (mentira, ira, dando
lugar ao diabo, o furto, o falar de palavras torpes, o entristecer do Espírito
Santo ... a insensatez em geral, etc.). Ou, possivelmente Paulo estaria citando
vários problemas, alguns dos quais os Cristãos em Éfeso tiveram no passado
(4:22), outros com os quais havia ainda problemas (4:28 o artigo definido com o
particípio presente indicaria um problema contínuo),
e outros que Paulo queria prevenir. Sendo assim, não há como saber com certeza
se o problema com a embriaguez realmente representava uma ameaça à igreja em
Éfeso ou algo que Paulo preferia dar uma alerta para prevenir.
Alguns
enxergam no contexto desta passagem uma definição limitadora daquilo que seria
louvor ou adoração “aceitável para Deus”. Nos versículos posteriores
(19-20), o fato de Paulo exortar os irmãos a cantarem e louvarem, não serve de
limite para outras formas de expressão de louvor (como, por exemplo o bater em
palmas, ou o uso de instrumentos musicais), a não ser que possa ser demonstrado
no texto que ele proíbe ou descarta claramente estas outras formas. Paulo não
está dando aqui uma definição de formas de louvor exclusivamente “aceitáveis
para Deus,” nem tentando impor limites na adoração Cristã. Ele está apenas
exortando os irmãos a louvarem ao Senhor, dando alguns exemplos de como isso
pode ser feito. A inclusão ou exclusão de outros exemplos nada implica
naqueles exemplos serem ou não apropriados ou “aceitáveis” a Deus como
formas legítimas de louvor.
D.A. Carson,
em seu excelente livro sobre falácias da exegese “Os Perigos da Interpretação
Bíblica”, define a falha de interpretação de enxergar num texto um elemento
limitador injustificado como “especificação injustificada”. Carson mostra
que este é o hábito de “enxergar (num texto) um elemento restrito e
limitador que não pode ser demonstrado no texto em si.”
Concordamos com Carson de que, a não ser que este elemento possa ser
demonstrado no texto em si, não há base para argumentar que o texto de Efésios
5:18-20 tenha como propósito limitar o louvor ou adoração da Igreja de Jesus.
O uso desta passagem neste sentido, na verdade, acaba desrespeitando o conteúdo
e o propósito do texto inspirado.
Texto
Variantes Significantes
Não há variantes significantes.
Palavras
chaves ou expressões importantes
“embriagar”
“methusko” (gr.
mequskw)
“E não vos embriagueis com vinho”
1.
methuo (mequw)
significa "estar bêbado com vinho" (derivado de methu, "vinho
doce, vinho adamado"; por conseguinte, em português,
"hidromel"); originalmente denota "bebida suave". Quanto a
Jo 2.10, veja BEBER. Em Mt 24.49; At 2.15; 1 Co 11.21; 1 Ts 5.7 (segunda parte),
ο verbo é usado para aludir a "estar intoxicado";
metaforicamente, diz respeito ao efeito nos homens participarem das abominações
do sistema babilônico (Αρ 17.2); a estar num estado de "intoxicação"
mental, através do derramamento profuso de sangue humano (Αρ 17.6).¶
2.
methusko (
μεθύσκω) significa "ficar bêbado ou
embriagar-se" (verbo incoativo, que marca ο processo ou ο estado
expresso no n° 1), "estar intoxicado" (Lc 12.45; Ef 5.18; 1 Ts 5.7,
primeira parte).¶
mequskw
fazer (alguém) intoxicar-se, pass. Tornar-se intoxicado, embriagar-se
Lc 12:45; Ef 5:18; 1 Ts 5:7; Ap 17:2;
É importante
notar que em quatro dos principais dicionários gregos os termos “methusko”
e “methuo” são definidos como “intoxicar” ou “intoxicado”.
Estes termos, embora se aplicam ao estado de uma pessoa “embriagada” por
bebida alcoólica, também são usados para descrever o estado de pessoas sob o
efeito de entorpecentes.
Embora o
termo é usado na Bíblia mais freqüentemente com o sentido de “embriagar”
ou ficar “embriagado” com vinho ou outras bebidas semelhantes, há o uso do
termo em relação a várias outras substâncias ou situações.
O povo pode
ser embriagado com a ira de Deus (Isa 51:21-22) “Pelo que agora ouve isto, ó
tu que estás aflita e embriagada, mas não de vinho. 22 Assim diz o teu
Senhor, o SENHOR, teu Deus, que pleiteará a causa do seu povo: Eis que eu tomo
da tua mão o cálice de atordoamento, o cálice da minha ira; jamais
dele beberás;” A idéia nesta passagem é de que a ira de Deus deixou o povo
desorientado e atordoado.
Há também o
uso do termo em relação à água da chuva regando terras secas (Isa 55:10; Sl
64:10). Aqui a idéia parece ser da terra ficar saturada com umidade.
O termo pode
se referir ao saciamento dos sacerdotes com gordura em Jer 31:14 “Saciarei
de gordura a alma dos sacerdotes, e o meu povo se fartará com a minha bondade,
diz o SENHOR.”
O próprio
sangue “é freqüentemente a bebida intoxicante”
e pode ser visto em relação à espada do Senhor bebendo profundamente “sendo
que o sangue é o líquido embriagante”.
Isa
34:7 Os bois selvagens cairão com eles, e os
novilhos, com os touros; a sua terra se embriagará de sangue, e o seu pó
se tornará fértil com a gordura.
Isa 49:26a
Sustentarei os teus opressores com a sua própria carne, e com o seu próprio
sangue se embriagarão, como com vinho novo.
Jer 46:10
Porque este dia é o Dia do Senhor, o SENHOR dos Exércitos, dia de vingança
contra os seus adversários; a espada devorará, fartar-se-á e se embriagará
com o sangue deles; porque o Senhor, o SENHOR dos Exércitos tem um sacrifício
na terra do Norte, junto ao rio Eufrates.
Outro uso
figurativo deste grupo de palavras ocorre em Apoc 17:2,6. No primeiro caso, os
habitantes da terra foram embriagados com o adultério da grande meretriz e no
segundo, a mesma ficou “embriagada com o sangue dos santos e com o
sangue das testemunhas de Jesus;”.
Nestes outros
usos percebemos que o termo “embriagar” pode ser aplicado não somente à
intoxicação com uma bebida alcoólica no sentido tradicional, mas em outros
sentido e até usos figurativos. Em tudo, há elementos comuns – a idéia de
algo sendo saturado, saciado, ou cheio, e freqüentemente com o significado de
perda de controle da mente ou dos sentidos, como o povo ficando atordoado com a
ira de Deus. Vimos também a dissolução e vidas desenfreadas no povo que se
embriague com o adultério da grande meretriz em Apocalipse 17. Tanto a idéia
de se encher como o conceito de vidas dissolutas estão compatíveis com o uso
do termo em Efésios 5:18. O que devemos notar é que estes conceitos não se
limitam, no uso desta palavra na Bíblia, ao ingerir de bebidas alcoólicas.
Estes conceitos estão também ligados a outras substâncias e situações.
“vinho”
oinos (gr.
oinov)
“E não vos embriagueis com vinho”
1. oinos
( oinov)
é ο termo geral para "vinho". A menção dos odres estourarem
(Mt 9.17; Me 2.22; Lc 5.37), implica fermentação. Veja também Ef 5.18 (cf.
Jο 2.10; 1 Tm 3.8; Tt 2.3). Em Mt 27.34, a RC tem "vinho"
("vinagre", é tradução da leitura inferior oxos).
Α
bebida de "vinho" poderia ser uma pedra de tropeço e ο apóstolo
Paulo ordena a abstinência neste particular, como em outros, para evitar dar
ocasião de fazer um irmão tropeçar (Rm 14.21). Contraste com 1 Tm 5.23, que
tem uma ligação completamente diferente. Α palavra é usada
metaforicamente: (a) acerca dos males ministrados às nações pela Babilônia
religiosa (Αρ 1,4.8; 17.2; 18.3); (b) ο conteúdo das taças da
ira divina sobre as nações e sobre Babilônia (Αρ 14.10; 16.19;
19.15).
2. gleukos
gleukov
denota "vinho novo" doce, ou mosto (At 2.13). As acusações
esposadas neste texto mostram que era vinho embriagante e, portanto, deve ter
sofrido fermentação por algum temρο.¶ Na Septuaginta, consulte Jó
32.19.9¶
oinov
“vinho” 1. lit. Mt 9.17; Mc 15.23; Lc 1.15; 7.33; 10.34; Jo 2.3, 9s;
Rm14.21; Ef5.18; 1Tm3.8; 5.23;Tt 2.3; Αρ 18.13-2. fig. Αρ
14.8, 10; 18.3; 19.15-3. vinha 6.6.
“dissolução”
asotia (gr.
aswtia)
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução,”
asotia ( aswtia)"prodigalidade,
desperdício, dissipação" (formado de a, elemento de negação,
e sozo, "salvar"), é encontrado em Ef 5.18
("contenda"); Tt 1.6 ("dissolução"); 1 Pe 4.4. Ο
verbo correspondente é encontrado num papiro descrevendo e contando uma
"vida dissoluta, libertina" (como ο advérbio asotoos, veja
Β).9¶ Na Septuaginta, consulte Ρν 28.7. ¶ Contraste com
ο sinônimo aselgeia em DISSOLUÇÃO.
aswtia
as, h libertinagem, vida desenfreada
Ef 5.18; Tt 1.6; 1 Pe 4.4.¶
aswtia
é usado em outros lugares no NT somente em Tito 1:6 e 1 Pe 4:4, onde fica
associado de perto com a bebedeira no versículo anterior, enquanto o advérbio
cognata é usado para descrever o estilo de vida do filho pródigo em Luc
15:13. O uso do termo aqui nos lembra a condenação completa do autor ao
estilo de vida não-Cristão gentio em 4:19, onde foi empregado o sinônimo
aselgeia,
“dissolução”.[13]
Passagens
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Passagens
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Não há
passagens paralelas
Passagens
relevantes
Passagens sobre bebida e bebedeira em
geral
Prov
20:1 O vinho é escarnecedor, e a bebida
forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio.
Prov
23:20 Não estejas entre os bebedores de
vinho nem entre os comilões de carne.
Prov
23:31-35 31 Não olhes para o vinho, quando
se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. 32
Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. 33 Os
teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades.
34 Serás como o que se deita no meio do mar e como o que se deita no alto do
mastro 35 e dirás: Espancaram-me, e não me doeu; bateram-me, e não o
senti; quando despertarei? Então, tornarei a beber.
Prov
31:4 Não é próprio dos reis, ó Lemuel, não
é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte.
Isaías
5:11 Ai dos que se levantam pela manhã e
seguem a bebedice e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta!
Isaías
29:9-12 9 Estatelai-vos e ficai estatelados,
cegai-vos e permanecei cegos; bêbados estão, mas não de vinho; andam
cambaleando, mas não de bebida forte. 10 Porque o SENHOR derramou sobre vós
o espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos, que são os profetas,
e vendou a vossa cabeça, que são os videntes. 11 Toda visão já se vos
tornou como as palavras de um livro selado, que se dá ao que sabe ler,
dizendo: Lê isto, peço-te; e ele responde: Não posso, porque está selado;
12 e dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele
responde: Não sei ler.
Miq
2:11 Se houver alguém que, seguindo o vento
da falsidade, mentindo, diga: Eu te profetizarei do vinho e da bebida forte,
será este tal o profeta deste povo.
Matthew
24:48 Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor
demora-se, 49 e passar a espancar os seus companheiros e a comer e
beber com ébrios, 50 virá o senhor daquele servo em dia em que não
o espera e em hora que não sabe… (PP Luc 12:45)
Romanos
13:12 Vai alta a noite, e vem chegando o
dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
13 Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não
em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes;
1 Cor
5:11 Mas, agora, vos escrevo que não vos
associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra,
ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais.
1 Cor
6:9-10 9 Ou não sabeis que os injustos não
herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem
adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem
avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de
Deus.
1 Cor
11:21 Porque, ao comerdes, cada um toma,
antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há
também quem se embriague.
Gal
5:19-21 19 Ora, as obras da carne são
conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20 idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a
estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni,
que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.
1
Tess 5:6 Assim, pois, não durmamos como os
demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. 7 Ora, os que dormem
dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se embriagam. 8 Nós,
porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé
e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação;
1 Tim
3:8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é
necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a
muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância,
Tito
2:3 Quanto às mulheres idosas,
semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não
escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem,
1
Pedro 4:3 Porque basta o tempo decorrido
para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções,
concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis
idolatrias.
Passagens sobre a nova vida no Espírito
Romanos
13:12-14 12 Vai alta a noite, e vem chegando
o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
13 Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em
impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; 14 mas
revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante
às suas concupiscências.
Efé 4:22
NVI “Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a
despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos,”
1
Tess 4:6-10 6 Assim, pois, não durmamos
como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios. 7 Ora, os
que dormem dormem de noite, e os que se embriagam é de noite que se
embriagam. 8 Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios,
revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança
da salvação; 9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para
alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo, 10 que morreu
por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele.
2 Tim
1:7 ARA “Porque Deus não nos tem dado espírito
de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.”
“Pois
Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.”
2 Tim 1:7 NVI
Esboço da passagem
v. 18a
“não vos embriagueis com vinho,
v. 18b
“no qual há dissolução,
v. 18c
“mas enchei-vos do Espírito,
INTERPRETAÇÃO
Comentários
Consultados
Barton e
Comfort, Bratcher & Nida, Bruce, Constable, Foulkes, Hendriksen, Lincoln,
Skevington Wood, Westcott
Material
Adicional
Norman L.
Geisler, “Uma Perspectiva Cristã Sobre o Beber de Vinho” (A Christian
Perspective on Wine-Drinking) Bibliotheca Sacra, Dallas TX: Dallas Theological
Seminary 1982, Issue 553, p. 52.
Introdução
Estas
palavras devem ser consideradas à luz do trecho maior (4:17-5:20) em que
Paulo faz um contraste entre o “antes e depois” da vida dos crentes. Se
embriagando com vinho é associado com a velha forma de viver e seus desejos
egoístas, que Paulo já condenou como corrupto (4:22). ... Paulo escreveu
estas palavras para deliberadamente contrastar a embriaguez com o enchimento
pelo Espírito, da mesma forma que ele contrastou aqueles nas trevas com
aqueles vivendo na luz (5:8). Em Romanos 13:12-13 e 1 Tess 5:6-8, Paulo
associou a embriaguez com trevas e a sobriedade com a luz.
v. 18a “não
vos embriagueis com vinho,
Embora o
vinho tenha sido abusado naquela época com este pretexto, não há nada no
texto que indique que este foi o motivo de Paulo tratar do assunto aqui. A
falta de mais detalhes sobre o abuso de substâncias alcoólicas ou exemplos
disso ocorrendo dentro da congregação leva a crer que isso não foi um
problema em Éfeso. É igualmente possível que o apóstolo presumia que seus
leitores já sabiam do perigo da bebida e simplesmente quis dar um contraste
com o enchimento do Espírito Santo. [Veja Contexto
Literário]
É impossível
saber porque este alerta específico foi necessário; parece que versículos
18-20 têm a ver com adoração em grupo, e por isso a bebedice pode ser de
uma natureza religiosa, isto é, tomando vinho em adoração para ganhar
comunhão com Deus, como foi a prática entre certos grupos religiosos daquele
época. [15]
Na primeira
parte da frase a ênfase no grego está no verbo imperativo methusko
(embriagar). Por este termo ser utilizado no imperativo e o primeiro verbo na
frase, podemos entender que era de grande importância para o autor. Pela sua
forma e colocação na frase é evidente que o ponto de Paulo é de coibir a
embriaguez e encorajar o enchimento pelo Espírito. O fato dele ter usado o
exemplo de vinho não implica que ele esteja se referindo ao uso apenas desta
bebida. Seria equivocado concluir que, por Paulo ter se referido ao vinho que
ele estaria conseqüentemente permitindo o uso de qualquer outra forma de
bebida para se embriagar. Paulo condenou a embriaguez, usando o vinho apenas
como exemplo. É uma implicação daquilo que Paulo declarou que a embriaguez
através de qualquer outra substância também seria condenado.
Se Paulo
quisesse excluir apenas o vinho ele teria qualificado sua declaração como
ele fez em 1 Cor 5:9-11. Naquela passagem ele faz uma clara distinção entre
pecadores do mundo e aqueles que se dizem ser irmãos, mas, que continuam no
pecado. Se o intuito do apóstolo em Efé 5:18 fosse de excluir apenas o
vinho, mas, não excluir outras bebidas, ele poderia ter qualificada a frase
de forma a deixar claro que outras bebidas que levassem à embriaguez pudessem
ser consumidos. Não tendo feito isso, é uma conclusão natural de que tais
substâncias também seriam condenadas.
Alguns
sugerem que tenha havido embriaguez entre os membros, como na igreja em
Corinto (1 Cor 11:21). Não há nada no contexto que possa indicar isso. “A
cláusula de suporte à proibição parece fraca e inapropriada para tal tipo
de ofensa.”[16]
No entanto,
o fato de Paulo usar o verbo methusko “embriagar” no presente
indica pelo menos a possibilidade de que o uso excessivo de vinho era de fato
um problema, pelo menos entre alguns na igreja em Éfeso. Uma tradução que
sustenta esta idéia é a da Versão Fácil de Ler “E não continuem
a se embriagar com vinho, pois isso vai levá-los à ruína espiritual, mas
encham-se com o Espírito.”
Especificamente
não devemos deixar o vinho nos controlar, mas o Espírito Santo de Deus.
Ambas as forças são internas. “Enchei-vos” é um mandamento passivo. O
intuito é de deixar o Espírito Santo que habita em nós nos controlar por
completo. O vinho que enche uma pessoa controla cada área da sua vida,
enquanto aquela pessoa o consome. ... Da mesma forma, o crente que permita o
Espírito a influenciar e dirigir seu raciocínio e comportamento irá
experimentar seu controle desde que ele mantenha aquele relacionamento com o
Espírito (veja Luc 1:15; Atos 2:12-21).
Há ocasiões
em que a exultação (= intensa alegria) do coração e da mente é
inteiramente legítima. A Escritura faz menção de gritos de alegria (Sl
5.11; 32.11; 35.27, etc.), plenitude de alegria (Sl 16.11), boas-novas de
grande alegria (Lc 2.10), alegria indizível e cheia de glória (1 Pe 1.8).
Entretanto, a alegria é errônea quando a forma de produzi-la é também errônea.
Portanto, é impróprio buscar excitamento no excessivo uso do vinho. O que se
proíbe é o abuso do vinho, não o seu uso (1 Tm 5.23). Tal abuso era um
perigo real na igreja primitiva, como certamente o é também hoje, o que pode
ser demonstrado por restrições tais como: "O bispo, portanto, deve ser
irrepreensível ... não dado ao vinho (=alguém que se detenha junto ao seu
vinho)" (1 Tm 3.3; cf. Tt 1.7); "os diáconos igualmente (devem ser)
dignos, não ... dados a muito vinho" (1 Tm 3.8); "instai com as
mulheres mais idosas, igualmente, (a serem) reverentes em seu comportamento
... não escravizadas a muito vinho" (Tt 2.3).
v. 18b “no qual há
dissolução,
Nossa
conclusão quanto à condenação de todo tipo de embriaguez, seja qual for o
produto usado se confirma quando vemos que a razão de Paulo condenar a
embriaguez com vinho é que ela leva à dissolução (gr. assotia). É legítimo
concluir que o uso de outros produtos que levassem à mesma condição (ou
seja, a dissolução, a perda de controle) também seriam condenados.
O ponto de
Paulo não é só de condenar o uso de vinho em si, mas, o hábito de pessoas
ingerirem vinho ao ponto de perder o controle de suas faculdades.
Necessariamente, o uso de qualquer outro produto que levasse à mesma situação
seria implicitamente condenada.
Se
embriagar leva à dissolução – a palavra se refere ao fato da pessoa bêbada
perder controle, como também ao desperdício (de recursos e até a própria
vida). Estas coisas não tem lugar na vida do crente. ... Paulo contrastou o
embriagar com vinho, que produz uma sensação prazerosa temporária, com o
encher com o Espírito, que produz felicidade duradoura. ... Quando uma pessoa
está embriagada todo mundo percebe. Suas ações tornam isso óbvio. Da mesma
forma, nossas vidas devem ser tão completamente debaixo do controle do Espírito
que nossas ações e palavras demonstram que, sem dúvida nenhuma, estamos
cheios da presença do Espírito Santo de Deus.
Apesar de
Efésios 5:18 ser citado freqüentemente como apoio em esforços contra
qualquer uso de bebida, o assunto fundamental é mais profundo do que se tomar
ou não bebidas com teor alcoólico. A preocupação principal é, o que –
ou quem – estará em controle da sua vida? Ou o Espírito Santo ou outra
coisa. E, se for qualquer outra coisa, é um pobre substituto. Se enchendo com
álcool pode deixar uma pessoa perder controle e fazer coisas estúpidas. Se
enchendo do Espírito deixa a pessoa auto controle (Efé 5:18) e ajuda a
adorar a Deus e servir a outros.
Há quem
sugira que etimologicamente
aswtia
descreve a conduta da pessoa que não pode ser salva. Porém, aqui deve-se
determinar primeiro qual é o significado legítimo da palavra salvo, em tal
caso. E mesmo que isto fosse determinado, ainda permaneceria sendo verdadeiro
que, embora a derivação e história das palavras são úteis e lançam luz
sobre os significados, é muito mais importante o uso real da palavra num dado
contexto. Conseqüentemente, se declaro que a pessoa em questão, se ela assim
prossegue, não pode ser salva, tal conclusão não se baseia em etimologia
nem em semântica, mas no claro ensino bíblico (1 Co 6.9,10).
v. 18c “mas
enchei-vos do Espírito,
A mudança
do conceito de embriaguez para o de ser cheio com o Espírito não é tão
abrupta quanto pode parecer à primeira vista. O primeiro representa loucura;
o último é o pré-requisito para a sabedoria. Ambos envolvem o ser se
submetendo ao controle de um poder externo, e os estados de intoxicação alcoólica
e religiosa foram freqüentemente comparados. A narrativa de Pentecostes de
Lucas onde a experiência dos primeiros crentes de estar cheios do Espírito
foi equivocadamente entendida como embriaguez (veja Atos 2:4, 13, 15), freqüentemente
é citada nesta conexão, embora não haja nenhuma evidência de que o
escritor de Efésios esteja pensando na passagem de Atos. [22]
O enchimento
do Espírito é passivo porque nós temos que nos entregar ao Espírito para
fazer a vontade dEle com as nossas vidas.
Rom.
6:16 “Não sabeis que daquele a quem vos apresentais
como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis,
seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”
Rom
6:19 “Falo como homem, por causa da
fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os vossos membros como
servos da impureza e da iniqüidade para iniqüidade, assim apresentai
agora os vossos membros como servos da justiça para santificação.”
Rom
12:1 “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão
de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
O imperativo
está no tempo presente, indicando que a experiência do crente da plenitude
do Espírito é para ser contínua … Crentes devem ser cheios pelo Espírito
e também cheios com o Espírito. A idéia de ser cheio com o Espírito lembra
a de ser tomado de toda a plenitude de Deus (3:19) e a da Igreja como a
plenitude de Cristo (1:23, veja também 4:13). Claramente o Espírito é o
mediador da plenitude de Deus e de Cristo para o crente.
O comando de
ser cheio com o Espírito é posto no centro da passagem e tem ligações com
o que antecede – sabedoria - bem como o que segue – adoração. O
Espírito provê o poder para ambos os aspectos da vida Cristã. Crentes, já
lembrados de que foram selados com o Espírito (1:13; 4:30) e chamados a não
entristecerem o Espírito (4:30), agora são exortados a permitirem o Espírito
ter o mais completo controle das suas vidas de que eles estejam cientes, e de
se abrirem continuamente ao que os pode capacitar a caminharem sabiamente e a
entenderem a vontade de Cristo, e que pode inspirar a adoração e ações de
graças deles. [24]
Já foi
mencionado o poder do Espírito na pessoa interior em 3:16, e antes ainda, na
oração intercessora em 1:17, o Espírito foi ligado à sabedoria. A conexão
entre estar cheio com o Espírito e a adoração que aparece por meio dos
particípios subordinados de vv 19 e 20 não deve ser interpretada como
significando que a participação na liturgia da igreja é o que produz a
experiência da abundância do Espírito… Os particípios seguintes são
interpretados melhor como as conseqüências da experiência em lugar de seus
meios. [25]
Provavelmente
Lincoln está correto em afirmar que o “falando entre vós com salmos,
entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos
espirituais” (v. 19) não produzem em si a abundância do Espírito.
Certamente eles são a conseqüência de uma vida cheia do Espírito, mas, não
deixa de ser verdade que a participação nestas formas de expressão da
presença de Deus em nossas vidas também contribuem para que aquela presença
seja cada vez mais plena.
… deixe
com que a sua mais elevada faculdade, e não a mais baixa, seja ricamente
alimentada com aquilo que você almeja, para que os seus poderes especiais
sejam capacitados. É presumido que somente o Espírito de Deus pode
satisfazer o homem. [26]
plhrousqe
seja cheio, isto é, deixe que suas maiores capacidades sejam satisfeitas:
busque o enchimento mais completo da sua natureza. Para este sentido absoluto
de plhrousqe
1:23; 3:19; Fil 4:18; Col 2:10. [27]
Os efésios
são encorajados a buscar a mais elevada e mais perfeita fonte de alegria. Em
vez de embriagar-se, devem encher-se. Em vez de embriagar-se com vinho, eles
devem encher-se com o Espírito. Observe-se o duplo contraste.
Alguns
entendem que é possível que Paulo esteja se referindo não ao Espírito
Santo de Deus, mas, ao espírito da própria pessoa. Hendriksen observa
“Apresentemos evidências em apoio deste ponto de vista: a. a expressão
"cheio com", ou "cheio de" o pneúma, quando a referência
é ao Espírito Santo, é muito comum na Escritura (Lc 1.15, 41, 67; 4.1; At
2.4; 4.8, 31; 6.3; 7.55; 9.17; 13.9);1" e b. o próprio contraste aqui em
5.18 entre embriagar-se com vinho e ser cheio de o pneúma ocorre também,
ainda que de forma levemente diferente, em At 2.4, 13, onde a referência só
pode ser ao Espírito Santo.
Este estado
de espírito aguçará as vossas faculdades para a percepção da vontade
divina. Observe-se o contexto imediato, v. 17: "Por isso não sejais
tolos, mas entendei qual (é) a vontade do Senhor." Portanto, `"não
vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito."
O foco das
palavras de Paulo aqui não é tanto a proibição da embriaguez, porque os
crentes provavelmente já compreendiam isso, mas, a exortação dele de que eles
fossem continuamente cheios pelo Espírito e vivessem no Espírito. Quando uma
pessoa está embriagada, todo mundo percebe. O comportamento dele ou dela mostra
isso. Do mesmo modo, nossas vidas devem ser tão controladas pelo Espírito, que
nosso comportamento e palavras devem mostrar sem dúvida que somos cheios da
presença do Espírito Santo de Deus. [31]
CONCLUSÃO
Esta
passagem trata de condenar o embriagar com vinho, pois este hábito leva à
perda de controle. Em contraste, o Cristão deve se encher do Espírito Santo,
pois, como vemos nos versículos seguintes isto leva à edificação que Deus
quer. Os atos e atitudes de pessoas que se embriaguem não são dignos do nome
de Cristo. O Cristão deve sempre buscar aquilo que o edifica e o leva mais próximo
ao Senhor e as coisas que fazem o mesmo para seus irmãos em Cristo. Por
implicação, concluímos que esta passagem também condena o hábito de se
embriagar com qualquer substancia que possa levar à dissolução, ou seja, à
perda de controle. Isto incluiria outras bebidas e até outras substâncias
como narcóticos que levassem a pessoa a estados semelhantes como a intoxicação
por meio de entorpecentes como drogas.
Cada
verdadeiro Cristão tem todo o Espírito Santo, mas este versículo manda que
o Espírito Santo possui todo o Cristão.
Estar cheio
com o Espírito é o equivalente funcional daquilo que o autor pensa em outro
lugar como estar cheio com Cristo (1:23; 4:13) ou estar cheio com Deus (3:19).
Como já vimos, abundância era uma noção proeminente no sincretismo helenístico.
Os leitores dessa carta estão sendo lembrados de vários modos que a abundância
da presença de Deus não é algo no qual eles têm que penetrar por meio de
experiências visionárias ou técnicas ascéticas, mas sim, algo a ser
incorporado na sua experiência Cristã. Estar cheio com o Espírito não
envolve simplesmente experiências místicas particulares, mas a adoração e
relacionamentos dentro da comunidade Cristã. O cantar incitado pelo Espírito
é dirigido a irmãos, e a submissão mútua de v 21 também é uma manifestação
da abundância do Espírito. Assim, o encher-se do Espírito dos crentes
significa, de um lado, seu louvor a Cristo e agradecimento a Deus juntos, e,
do outro lado, sua comunicação e submissão uns aos outros. De acordo com a
perspectiva deste autor, portanto, a plenitude do Espírito somente pode ser
experimentada em comunidade.
…
O desenvolvimento do argumento nesta seção sugere, porém, que a ênfase na
experiência do Espírito e na adoração da comunidade não é pretendida
pelo autor para levar a uma obsessão com entusiasmo
religioso por si só, ou para uma fixação pela comunidade com sua própria
vida e uma retirada correspondente do mundo. Pelo contrário, como foi notado,
a passagem liga adoração conduzida pelo Espírito com a sabedoria que é
necessária para viver na era presente com toda sua maldade. É precisamente a
experiência de estar cheio com o Espírito que dá aos crentes entendimento
da vontade de seu Deus, e as canções espirituais que são um meio de
promover o conhecimento desta vontade. Deste modo, a adoração da comunidade
pode ser vista como fazendo uma contribuição vital a seu modo de viver
sabiamente no mundo.
Este modo sábio
e cheio do Espírito de viver no mundo será elaborado mais adiante nas relações
do código doméstico que segue em 5:21-6:9. O tratamento do escritor da
guerra Cristã contra os poderes do mal em 6:10-20 proporciona outro indício
de que a retirada do mundo não faz parte da visão dele, e ao mesmo tempo
levanta a idéia da relação dos crentes com o Espírito (6:17, 18) e a
natureza má do fim dos tempo (6:13; cf. 5:16). [33]
IMPLICAÇÕES
A
condenação à embriaguez com vinho em Efé 5:18 se limita a essa bebida, ou
se estenderia a qualquer outra bebida que levasse a um estado semelhante de
embriaguez ou intoxicação?
No
análise da passagem vimos que a ênfase de Paulo foi na embriaguez. O ponto
dele não foi de condenar apenas o vinho e conseqüentemente permitir o uso de
qualquer outra substância para se embriagar. O objetivo do apóstolo nesta
frase foi de condenar a embriaguez, usando o vinho apenas como um exemplo. Há
várias evidencias dentro da frase que apontam para esta conclusão.
§
O
fato da embriaguez ser o primeiro verbo,
§
Este
verbo está no imperativo (embora no negativo por uso da partícula “me”),
§
A
condenação à embriaguez é seguida pela referencia ao estado de “dissolução”
como conseqüência da embriaguez.
§
Não
há nenhuma qualificação que permitiria o uso de outras substâncias que
levassem à embriaguez.
Por
implicação, ou por meio de princípio, podemos concluir que Efé 5:18
condena não só a embriaguez através do vinho, mas através de outras substâncias
alcoólicas que pudessem levar à dissolução.
Será
que, por implicação, são condenadas também o uso de outras substâncias tóxicas,
tais como entorpecentes?
Alguém
poderia argumentar que o entorpecente não é ingerido da mesma forma que o
vinho (sendo às vezes injetado ou inalado), e que, por não ser uma substância
líquida e alcoólica que não poderia ser entendido como implicação. No
entanto, parece que o ponto do apóstolo não foi em limitar o tipo ou a forma
pelo qual a pessoa se submetesse ao efeito da substância, e sim, seu efeito.
Ou seja, Paulo não parece preocupado com a maneira que a pessoa ingeriu o álcool
tanto quanto ele estava com o efeito final, a embriaguez e a dissolução. Se
um outra substância ingerida de outra forma, queira injetada ou de qualquer
outro meio, levasse a um efeito semelhante à embriaguez, nos parece razoável
concluir que seria igualmente condenado.
Os
dicionários gregos definem o termo “embriaguez” “methusko” com
as mesmas palavras que são usadas para descrever pessoas usando substâncias
tóxicas como entorpecentes. Os dicionários definem o estado de “methusko”
como “intoxicado”. Se o termo usado por Paulo também tem um sentido mais
geral de “intoxicar”, o mesmo termo usado para descrever pessoas sob o
efeito de drogas, então é razoável concluir que outras substâncias (como
drogas) que levassem a esse mesmo estado seriam igualmente condenados, com
base nesta passagem por implicação.
No
análise do termo “embriaguez” vimos que o termo pode ser aplicado a várias
substancias como a chuva, a gordura de sacrifícios, a ira de Deus e o sangue
dos inimigos de Deus. O termo pode ser empregado em diversas situações, tais
como o povo ficando atordoado com o sofrimento causado pela ira de Deus, as
terras ficando saturadas com as chuvas, a espada do Senhor se fartando com o
sangue de seus inimigos e a grande meretriz se embriagando com o sangue dos
santos.
Pela
grande diversidade de aplicações do termo e situações em que é empregado,
podemos concluir que o conceito de embriaguez não se limitava apenas ao uso
de substâncias alcoólicas. O termo “embriagar” era usado para descrever
situações ou estados em que havia saciamento, fartura, ou um estado parecido
com a intoxicação, embora sendo causado por substâncias não relacionadas
normalmente com a bebida, como a ira de Deus, ou o sangue dos santos.
Sendo
assim, é legítimo concluir que o conceito de “embriaguez”, como usado em
Efésios 5:18 pode ser aplicado, por implicação, a estados de intoxicação,
como aqueles provocados pelo uso de entorpecentes, embora estes não existiam
na época do primeiro século. Não estamos afirmando que Paulo em Efésios
5:18, por implicação, estaria se referindo a todas as situações e usos da
palavra mencionadas. Mas, é válido entender que uma implicação legítima
deste versículo seria na condenação da intoxicação por meio de
entorpecentes, embora estes não existiam na época. Isto seria válido porque
o termo empregado por Paulo, “embriaguez” tinha um uso comum muito além
da referencia apenas à ingestão de bebidas alcoólicas. O termo foi
amplamente usado em diversas situações em que houve perda de controle de si,
ou excessos que são características de uma vida desenfreada.
Podemos
concluir também, que, apesar do termo usado ser o de “embriaguez”,
estados semelhantes de intoxicação, como ocorrem com o uso de entorpecentes
como maconha, heroína e outras drogas seriam igualmente condenadas como base
nesta passagem, pois elas também levam à dissolução. A exortação
positiva de Paulo para que os Cristãos se enchessem do Espírito Santo é
justamente o contrário do que acontece com o uso de entorpecentes e bebidas
alcoólicas que levam à perda de controle mental e dos sentidos.
Evidentemente, qualquer substância que levasse um Cristão a perder o
controle da sua vida, que é para ser do Espírito, é para ser evitada e é
condenável.
APPLICAÇÃO
Na prática,
esta passagem demonstra que o uso de substâncias que levam à embriaguez, ou
a estados semelhantes, como é o caso de várias drogas, é condenável. O
Cristão não pode participar nestas práticas.
Como princípio,
a passagem pode também ser usada para ensinar que estados semelhantes como a
dependência em ações como jogos ou outros vícios levam ao caminho contrário
da vontade de Deus. Não podemos dizer que, baseado nesta passagem tais coisas
são “pecados”, mas, podemos mostrar, através do exemplo desta passagem
que, o que Deus quer para nós é o domínio do Espírito em toda nossa vida.
Na medida que nos enchermos do Espírito não haverá espaço para o domínio
de outras forças ou vícios.
Quem está
em controle? Embora Efésios 5:18 seja freqüentemente citado como apoio para
condenar o uso de álcool, a questão fundamental é mais profunda do que o
tomar ou não de bebida alcoólica. A preocupação mais importante é o que
– ou quem – vai controlar a sua vida? Será o Espírito Santo que vai, ou
será outra coisa. E seja qual for aquela outra coisa, é um substituto pobre.
Encher-se com álcool pode levar você a perder controle e fazer coisas estúpidas.
Encher-se do Espírito Santo lhe dá auto-controle (Gál 5:23) e lhe ajuda a
adorar a Deus e servir a outros. [34]
“Como é
que você se enche do Espírito? Da mesma forma que você se embriague com
vinho: você toma muito. E Paulo deixou bastante claro como nós bebemos o Espírito.
Em 1 Cor 2:14 vemos que é por aceitar as coisas do Espírito; em Rom 8:5 é
por ter a mente voltada para as coisas do Espírito. ... você precisa encher
dia e noite com a Palavra de Deus. Debruce sobre ela, memorize, mastigue.
Coloque como um confeite debaixo da sua língua e deixa que ela acrescente
sabor a suas afeições dia e noite.
ILLUSTRAÇÕES
Imagine que
Paulo tivesse visitado a igreja em Éfeso tempos depois e encontrou muitos
membros embriagados. Ao questionar este comportamento, Paulo indaga “Vocês
não leram a minha carta na qual eu disse para não se embriagarem com
vinho?” E, os membros respondem “Sim, Paulo, desde que lemos a sua carta
trocamos o vinho por cerveja.” Como você acha que Paulo teria reagido? Você
acha que Paulo teria respondido “Ah, desde que não seja com vinho, pode
beber até cair.”?
Imagine
outra situação. Seu filho recebe R$10 dos avós como presente de aniversário.
Você sabe que ele está louco para comprar um CD de música na loja da
esquina. Você quer que ele poupe este dinheiro. Então, você diz “Filho, não
use o dinheiro que ganhou de seu avô para comprar aquele CD na loja da
esquina.”
Mais tarde
você chega em casa e vê ele tocando o novo CD. Você questiona ele “Filho,
eu não disse para você não ir na loja da esquina comprar esse CD?” e ele
responde. “Mas, pai, não comprei na loja da esquina. Fui na cidade e
comprei.” Você diria “Ah, então está tudo bem. Pode ficar.”
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[33]Lincoln,
A. T. (2002). Vol. 42: Word Biblical Commentary : Ephesians.
Word Biblical Commentary (Page 348). Dallas: Word, Incorporated.
[34]Barton,
B. B., & Comfort, P. W. (1996). Ephesians. Life application
Bible commentary (Page 109). Wheaton, Ill.: Tyndale House Publishers.
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Publicado: 12/02/05 Atualizações:
19/03/05; 26/03/05;
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